Cunha (SP): o que fazer na cidade dos campos de lavanda

Vista das montanhas de Cunha

Cunha (SP) é uma cidadezinha charmosa localizada entre Paraty (RJ) e Guaratinguetá (SP), muito conhecida pelos trabalhos em cerâmica e pelos campos de lavanda. Mas Cunha também é um polo de ecoturismo importante. A cidade está em uma região privilegiada, entre a Serra da Mantiqueira e a Serra da Bocaina, o que proporciona uma diversidade ecológica incrível, com cachoeiras e trilhas surpreendentes.

Com aquele friozinho característico das regiões montanhosas, a cidade também tem um clima romântico e é uma ótima opção para casais de todas as idades. Compartilhamos neste post dicas de lugares para conhecer em Cunha e o nosso roteiro econômico de três dias.

O que fazer em Cunha

Lavandas

Campo de lavanda O Lavandário - Cunha

Os belos campos de lavanda de Cunha certamente devem estar no seu roteiro. Como a cidade fica em uma região montanhosa, com clima ameno e noites frias, ela é considerada um ótimo lugar para esse tipo de plantação.

O Lavandário é o principal campo de Cunha. São mais de 40 mil pés podados de forma rotativa, o que permite ver as lavandas todas as épocas do ano. O grande destaque do O Lavandário, porém, é sua vista privilegiada para as montanhas da Serra da Mantiqueira. Assistir o pôr do sol de lá é uma experiência incrível. Tente chegar no final da tarde para passear pelos campos de lavanda e visitar a lojinha com produtos feitos da planta. A entrada do O Lavandário custa R$ 20 (atualizado em 2022).

Se você prefere uma opção gratuita, Cunha também tem o Contemplário. Ele tem um campo de lavandas menor e uma vista diferente do O Lavandário, já que fica em outro ponto da Estrada Cunha-Paraty. Apesar de não ser tão bonito quanto o concorrente, ele também rende boas fotos das lavandas. Se você quer economizar, vale a visita.

Cerâmica

Cunha é referência no Brasil quando falamos de cerâmica. A cidade tem muitos artistas renomados e ateliês onde você pode ver como é produção das peças. Visitamos no centro da cidade a Casa do Artesão, um ateliê com peças variadas de mais de 60 artesões da região. Só vendo de perto para entender por qual razão Cunha é tão famosa por conta da cerâmica.

Pedra da Macela

Pedra da Macela - Cunha

A Pedra da Macela é um destino muito legal para quem gosta de trilha e belas paisagens. Com 1.840 metros de altura, ela tem uma vista privilegiada da baía de Paraty e Angra dos Reis. Como você viu na foto, quando fomos o dia estava nublado, mas as nuvens proporcionaram um visual diferente, também muito bonito. O engraçado é que estava sol em Cunha, as nuvens estavam só em cima da praia.

A trilha para a Pedra da Macela tem 2 km, mas não pense que ela é fácil. Quase todo o trajeto é feito em uma subida bem íngreme. Apenas no finalzinho você desce por alguns metros para chegar ao mirante. Apesar disso, a trilha pode ser feita por crianças e até por idosos, desde que estejam bem fisicamente. A subida é feita por uma estradinha de concreto e só no final tem um trecho de terra batida.

O acesso à Pedra da Macela é por uma estrada de terra de 7 km com algumas partes bem ruins.

Dica: aproveite para visitar a Wolkenburg Cervejaria, que fica na mesma estradinha de terra da Pedra da Macela. Leia mais informações no final do texto.

Cachoeira do Pimenta

Cachoeira do Pimenta - Cunha

A Cachoeira do Pimenta é uma das mais famosas de Cunha e seu acesso é gratuito. O caminho até ela é longo (foram quase 11 km em estrada de terra), mas em compensação, a estrada tem paisagens impressionantes das montanhas.

A Cachoeira do Pimenta chama atenção pela força da água descendo pelo paredão de pedra. O local tem uma estrutura bem fraquinha, com um bar e banheiros em péssimas condições. É um lugar que vale a visita pela cachoeira, mas não indicamos ficar muito tempo lá. Só tiramos algumas fotos e fizemos uma pequena trilha que vai até a parte superior da queda d’água.

Canto das Cachoeiras

Canto das Cachoeiras - Cunha

O Canto das Cachoeiras é um espaço com uma ótima estrutura que adoramos conhecer. Ele tem uma área ampla com cachoeiras, pequenas trilhas, redário e bistrô. Na cachoeira principal tem até um poço com água bem calma (e gelada!) onde é possível curtir um banho de rio. O parque é muito bem conservado e todas as suas áreas pensadas para que os visitantes aproveitem o máximo da natureza. A entrada custa R$ 15 (atualizado em 2022).

Parque Estadual da Serra do Mar

Cunha é uma das cidades que abriga um núcleo do Parque Estadual da Serra do Mar. O Núcleo Cunha tem trilhas (fáceis e difíceis) com belíssimas cachoeiras no meio da Mata Atlântica. Mas chegar lá é uma aventura e tanto. São 19 km e cerca de 40 minutos de estrada de terra até a portaria do parque.

 A entrada do Núcleo Cunha custa R$ 19 (atualizado em 2022) e o ingresso pode ser comprado pelo site da Fundação Florestal.

Onde comer em Cunha

Podemos dizer que fomos do inferno ao céu em Cunha. Comemos em restaurantes caros que decepcionaram e outros de dar água na boca. Vamos focar aqui nos lugares que gostamos, até porque as experiências ruins podem ter sido apenas azar de uma noite infeliz no restaurante.

dO Gnomo Restaurante & Petiscos

Restaurante dO Gnomo

Lugar que indicamos de olho fechado! O dO Gnomo Restaurante & Petiscos foi um dos melhores lugares que comemos na vida. O restaurante é comandado pelo Gnomo, um senhor super simpático e apaixonado pela cozinha. Ele está sempre aberto para prosear, explicar sobre os pratos e apresentar sua cozinha. É um amor em pessoa!

O restaurante trabalha com produtos regionais, valorizando a culinária e os produtores locais, e segue a linha do slow food. Portanto, chegue lá sem pressa. As mesas ficam todas do lado de fora e você pode esperar a comida relaxando nas redes debaixo do bambuzal ou simplesmente apreciando o jardim do restaurante e seu mini lavandário.

Nossa indicação é pedir os pratos típicos da região: truta e algum acompanhamento com pinhão. O preço é um pouco salgado, mas vale cada centavo. Quer saber mais dO Gnomo Restaurante & Petiscos? Confira esse post com nossa experiência completa no local.

Doceria da Cidinha

A Doceria da Cidinha é um lugar de outro mundo. São várias opções de doces da melhor qualidade para se deliciar. Tem aquele gosto de quem faz com amor, sabe? Queríamos dar a dica de um doce, mas seria injusto, já que todos são muito bons! A doceria fica bem ao lado da Igreja Matriz e é bem conhecida na cidade.

Restaurante Melhor Hora

É o famoso bom e barato. Ou melhor, ótimo e barato! O restaurante Melhor Hora é um self-service com aquela típica comida caseira de dar água na boca. É um restaurante pequeno, bem próximo da Igreja Matriz e super em conta para economizar na viagem.

Moara Café

Moara Café

Na estrada que leva para Cunha, você encontra vários cafés coloniais pelo caminho. Escolhemos entrar no Moara Café e nos surpreendemos. O café tem um lindo jardim na área externa, onde você pode sentar e esperar sua comida. É um lugar colorido e bem aconchegante. Paramos ali para tomar um café e comer um lanche antes de ir ao Lavandário. Gostamos bastante e queríamos ficar até por mais tempo.

Wolkenburg Cervejaria

Wolkenburg Cervejaria

A Wolkenburg Cervejaria fica no caminho da Pedra da Macela e é ponto certo para quem está voltando da trilha. O cardápio tem basicamente quatro tipos de cervejas artesanais e salsinhas alemãs. Mas tem coisa melhor que uma cervejinha e petisco para quem está voltando de uma trilha? O espaço também tem um deck bem bonito com vista para as árvores.

Fazenda Aracatu

A Fazenda Aracatu é aquele ponto de parada para você fazer as compras antes de ir embora. É um empório com decoração rústica e vários produtos regionais da roça, como cafés, doces, licores, pães, carnes e muitos queijos. Além das compras, prove os famosos sorvetes produzidos com leite da própria fazenda. São deliciosos!

Nosso Roteiro em Cunha

Dia 1

Manhã
– Chegada na hora do almoço
– Almoço no restaurante Melhor Hora

Tarde
– Voltinha no centro da cidade
– Canto das Cachoeiras
– Jantar na cidade

Dia 2

Manhã
– Pedra da Macela
– Almoço na Wolkenburg Cervejaria

Tarde
– Cachoeira do Pimenta
– Moara Café
– O Lavandário
– Jantar na cidade

Dia 3

Manhã
– Fazenda Aracatu
– Restaurante dO Gnomo

Tarde
– Doceria da Cidinha
– Compras no centro da cidade
– Volta para casa

Onde se hospedar em Cunha

Achar o melhor lugar para se hospedar em Cunha depende muito do seu roteiro. Acreditamos que o melhor ponto é passando a cidade, em pousadas próximas da Estrada Cunha-Paraty.

Nossa escolha foi a Pousada Sotaque Mineiro. Ela fica no meio do caminho de várias atrações e fomos muito bem atendidos pelos donos. Os chalés são bem charmosos e confortáveis e o café da manhã excelente! A pousada também tem uma piscina e vários cachorrinhos simpáticos. Na época (em 2019), conseguimos um precinho bem camarada. A Pousada Sotaque Mineiro fica a 2 km da Estrada Cunha-Paraty e a 15 km do centro da cidade.

Quando ir

Cunha é um destino para o ano todo. Em todas as estações é possível aproveitar a cidade. No verão, as gélidas cachoeiras ficam mais acessíveis. Já no inverno, a cidade fica com aquele clima charmoso de frio e montanha. Os pés de lavandas também brotam durante todo o ano, então não tem erro. Como a maioria das atrações são em céu aberto, é importante conferir se não vai chover no dia que você está planejando a viagem.

Como chegar

Cunha (SP) fica no alto da Serra de Paraty, a 230 km de São Paulo (SP) e a 300 km do Rio de Janeiro (RJ). O acesso principal é pela Rodovia Presidente Dutra. Na altura de Guaratinguetá (SP), é preciso pegar a saída do km 65 em direção a Cunha e seguir por 48 km pela Rodovia Paulo Virgínio (SP-171). Também é possível chegar pelo Litoral, subindo a Serra pela Estrada Cunha-Paraty.

Um comentário sobre “Cunha (SP): o que fazer na cidade dos campos de lavanda

Deixe um comentário