Cachoeira do Jamil: São Paulo também tem praia
Muito se engana quem pensa que a cidade de São Paulo (SP) é só prédio, carro e trânsito. A selva de pedra também tem o seu lado verde e até praia. No extremo da Zona Sul, na região de Marsilac, bem pertinho da divisa com Itanhaém (SP), podemos encontrar, em meio à Mata Atlântica, a belíssima Cachoeira do Jamil.
Sim, uma cachoeira em plena capital paulista. Incrível, né? Se você gosta de natureza e quer aproveitar um dos últimos rios limpos de São Paulo, venha desbravar essa cachoeira com a gente.
Sobre a Cachoeira do Jamil
A Cachoeira do Jamil fica dentro da propriedade do Sr. Jamil e é procurada principalmente por sua prainha. É cobrado um valor de R$ 25 para entrar e R$ 50 para acampar (valores de 2021). O local tem uma estrutura simples, com banheiro, chuveiro e cozinha, que serve de apoio para os visitantes.
Para chegar à Cachoeira do Jamil é necessário fazer uma trilha de 1 km, que começa ao lado do estacionamento (500 metros depois do camping). O trajeto é bem tranquilo e vai margeando o rio, inclusive com uma ponte no meio do caminho.
Em cerca de 15 minutos já estávamos na primeira parada. Descendo uma escadinha, chegamos em um platô no meio das pedras com uma ótima visão da Cachoeira do Jamil e algumas piscinas naturais. É um ótimo lugar para tirar fotos!
Ficamos um tempinho ali e, seguindo a trilha, chegamos na prainha, o ponto preferido dos visitantes. Ela tem uma faixa de areia e vista para a Mata Atlântica.
Aproveitamos bastante para tomar um sol, descansar e dar um tchibum na água gelada. E põe gelada nisso! Mas cuidado, apesar da água parecer calma, não é recomendável nadar ali. Há uma forte correnteza que passa no fundo do rio e algumas pessoas já morreram afogadas por conta disso. Eu não me arrisquei e fiquei até onde dava pé. Inclusive, também tem um banco de areia que permite chegar até o meio do rio. Então tem bastante espaço para curtir a água gelada sem se arriscar.
Nossa recomendação é chegar cedo para aproveitar a prainha mais vazia. No fim da manhã ela já estava cheia, com pessoas ouvindo música alta e fazendo churrasco (apesar das placas de proibição), o que acaba quebrando aquele clima de paz. Mas isso foi o de menos. Poder passar o domingo curtindo um dos últimos rios limpos de São Paulo foi demais!
Vale lembrar que não há lanchonete no local. Por isso, leve água, comida e lembre-se de recolher o seu lixo. Ajude a preservar esse local que ainda sobrevive intacto na maior cidade do Brasil.
Como chegar na Cachoeira do Jamil
De carro
Chegar à Cachoeira do Jamil é uma aventura e tanto. Dependendo de onde você está, o GPS vai dar a opção de ir pela Rodovia dos Imigrantes. Não vá por esse caminho! Além de pagar pedágio, a estrada é péssima! Nós voltamos por ela (a volta não tem pedágio) e você vai entender no fim do relato o porquê ela não é a melhor opção.
Faça o caminho pela Marginal Pinheiros em direção a Parelheiros e à Estrada Evangelista de Souza. Quando você chegar ao bairro Barragem, já vão aparecer algumas placas para a Cachoeira do Jamil. É só seguir as indicações que você chegará lá.
O problema é encarar os 8 km de estrada de terra depois do bairro Barragem. Ela está em péssimas condições, cheia de buracos. Depois de passar pela antiga Estação Evangelista de Souza, as coisas complicam um pouco mais.
É preciso enfrentar algumas subidas íngremes com muitas pedras soltas. Eu consegui subir com um Palio 1.4 na minha segunda tentativa, mas tinha um Cross Fox e um Ecosport na minha frente que sofreram para subir. Eles só conseguiram depois que os passageiros desembarcaram.
Dica: acelere bastante na parte baixa e fique em segunda marcha, controlando a velocidade na subida. Se for necessário, volte para a primeira marcha para ganhar um pouco mais de tração. O importante é manter a calma e não pisar mais forte no acelerador, senão seu carro vai começar a patinar nas pedras soltas e você precisará descer tudo de novo.
Passado esses percalços, a entrada da Cachoeira do Jamil fica logo depois de atravessar a linha do trem. Mas fique atento! Ainda passam muitos trens de carga por ali e não há qualquer sinalização se eles estão chegando. Claro, não vai acontecer igual ao desenho do Papa-Léguas de você pisar nos trilhos e passar um trem na velocidade da luz. Eles andam bem devagar, mas é importante prestar atenção.
Se não bastasse a aventura na ida, resolvemos voltar pelo caminho que leva até a Rodovia dos Imigrantes. Nunca vi ninguém indicando essa rota, mas como moramos em São Bernardo do Campo (SP), esse trajeto era mais rápido e arriscamos.
Se a estrada para a Cachoeira do Jamil era ruim, esse era duas vezes pior. Placa de indicação simplesmente não existia e fomos acompanhando o caminho pelo Google Maps off-line, já que sinal de celular também não tinha.
Superamos verdadeiras crateras pela estrada e, se eu errasse o caminho, com certeza não teria como voltar. A maior dessas crateras era em uma descida e subir por ali seria impossível.
Sem contar que, um pouco antes disso, o Google Maps me mandou para a entrada de um sítio, mas pelo menos ali foi fácil de retornar e voltar para a estradinha.
Depois de uma hora balançando nos milhões de buracos, nossa maior alegria foi ver um ponto de ônibus de São Bernardo do Campo. Foi aquela sensação gostosa de chegar em casa. Logo depois conseguimos finalmente alcançar a Rodovia dos Imigrantes e chegar em casa sãs e salvos. No final, esse caminho foi realmente mais rápido, mas não recomendamos.
De ônibus
O ponto de partida para a Cachoeira do Jamil é o Terminal Parelheiros. De lá, você deve pegar o ônibus para Barragem (6L05/10) e desembarcar no final da linha, no último ponto de ônibus da cidade de São Paulo.
A partir dali é só seguir pela Estrada Evangelista de Souza por 8 km até chegar na Cachoeira do Jamil. Durante o caminho terão várias placas indicativas.